A iniciativa, batizada de Congresso do Povo, teve, em sua apresentação, a presença de importantes lideranças políticas e sociais, como a ex-deputada Manuela D’Ávila.
Também estiveram presentes os deputados federais Maria do Rosário e Henrique Fontana (PT), os deputados estaduais Edegar Pretto e Sofia Cavedon (PT), os vereadores Marcelo Sgarbossa, Adeli Sell, Engenheiro Comassetto e Aldacir Oliboni (PT), a presidenta municipal do PT, Maria Celeste, o presidente municipal do PCdoB, Adalberto Frasson, além de militantes e representantes do PCB, de movimentos culturais e coletivos juvenis, de mulheres, trabalhadores, servidores, negros, entre outros.
Ao abrir o evento, Manuela destacou que Porto Alegre foi palco da lutas diversas pela democracia, como no movimento pela legalidade e subverteu a ideia do poder público fechado, abrindo o debate à população com o Orçamento Participativo. Depois, veio o Fórum Social Mundial, que nasceu quando o mundo dizia não haver saída coletiva para os problemas dos povos no auge do neoliberalismo.
Para ela, “é preciso ativar essa memória, encantar nossa cidade e abrir os ouvidos à população, nos conectar com nosso povo que sempre esteve à disposição quando foi chamado”.
Com a palavra, o povo
Dentre os principais problemas apontados pelos participantes está a precarização e o sucateamento dos serviços públicos e a sanha privatista do prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB).
Devlyn Demun, do Fórum em Defesa do Mercado Público, criticou a intenção do prefeito Nelson Marchezan Jr. de privatizar o Mercado Público de Porto Alegre, um ataque ao patrimônio, à história e à cultura local, especialmente da população negra e dos praticantes de religiões de matriz africana que têm no local uma importante referência.
Gerson Assis, do Movimento Resistência dos Rodoviários, falou sobre o desmonte no transporte público e o desejo do prefeito de retirar os cobradores. “Ele quer acabar com o emprego de 3.600 trabalhadores que cumprem importante papel nos coletivos auxiliando o motorista, pessoas com deficiência, idosos”.
Rúbia Cruz, do Cladem, ressaltou a urgência de se lutar por políticas de combate ao feminicídio, que tem aumentado vertiginosamente no Brasil, com negativo destaque para o RS. “É um absurdo, mas há projetos de lei que criminalizam as mulheres que denunciam a violência que sofrem”, apontou.
Ampliar diálogo com a periferia
O professor Benedito Tadeu ressaltou a necessidade de estender o Congresso do Povo para todos os bairros, especialmente a periferia de Porto Alegre, e trazer para a política “aqueles e aquelas que as forças retrógradas afastaram da política nos últimos anos”. Também defendeu o fortalecimento da esquerda, mas com ampliação do espectro político, buscando o centro para reconstruir e resgatar a democracia.
A professora aposentada Liana Borges defendeu o legado de Paulo Freire em defesa da educação que tem sido cada vez mais precarizada na cidade. Alberto Terres, do Conselho Municipal de Saúde, defendeu o SUS contra as iniciativas do prefeito em terceirizar serviços e lembrou que a saúde, a assistência social e a educação não são mercadorias, mas bens públicos, direitos de cada cidadão e cidadã.
O deputado federal Henrique Fontana (PT) colocou que, para mudar os rumos do Brasil, é preciso unidade, força e participação. “O povo de Porto Alegre quer mudar a situação atual. Queremos garantir que a cidade volte a respirar democracia”.
Elis Regina, da Unegro, defendeu os servidores municipais contra os ataques de Marchezan e tratou da necessidade de políticas públicas para os jovens, contra o extermínio negro nas periferias.
Leonel, dos Policiais Antifascismo, colocou que as eleições de 2020 serão marcadas pelo embate entre forças populares e democráticas contra o fascismo. “E Porto Alegre pode ser um paradigma com impacto nacional. Não podemos menosprezar 2020”.
Encaminhamentos
Os próximos passos para viabilizar o Congresso do Povo incluem ações para ampliar a mobilização popular, entre as quais uma primeira plenária de planejamento, marcada para o próximo dia 20, às 14h, no Simpa (Rua João Alfredo, 61) e a formação de uma rede de comunicadores para reverberar as ações do Congresso entre a população.
Edição: Portal Vermelho