Os sinais para 2020 estão na porta e no horizonte utópico
“Juntos, procuremos encontrar soluções, iniciar sem medo processos de transformação e olhar para o futuro com esperança. Convido a cada um para ser protagonista desta aliança, assumindo o compromisso pessoal e comunitário de cultivar, juntos, o sonho dum humanismo solidário, que corresponda às expectativas do homem e ao desígnio de Deus.”
É a convocação do Papa Francisco para o Pacto Global da Educação, a realizar-se no dia 14 de maio de 2020, em Roma, na Aula Paulo VI do Vaticano, que terá como tema "‘Reconstruir o pacto educativo global’: um encontro para reavivar o compromisso em prol e com as gerações jovens, renovando a paixão por uma educação mais aberta e inclusiva, capaz de escuta paciente, diálogo construtivo e mútua compreensão".
‘Juntos, encontrar soluções’: Não é palavra isolada do Papa Francisco, mas o “desejo de encontrar-vos a todos vós que, pelos mais variados títulos, trabalhais no campo da educação em todos os níveis da lecionação e da pesquisa. E faço o apelo também a vós, jovens, para que participeis no Encontro e sintais plena responsabilidade de construir um mundo melhor”.
‘Iniciar sem medo processo de transformação’: A coragem de enfrentar os desafios do tempo, como já aconteceu, profeticamente, no Sínodo da Amazônia e no renovado Pacto das Catacumbas.
‘Futuro com esperança’: Não há medo. Há esperançar, como diria Paulo Freire.
‘Ser protagonista desta aliança’: Não é esperar que as coisas aconteçam, ou que outros as façam. É ser protagonista, especialmente as e os jovens.
‘Compromisso pessoal e comunitário de cultivar juntos’: Cada uma, cada um está chamada-o, convocada-o, individual e coletivamente, caminhando e cultivando juntos.
‘Humanismo solidário’: “É necessário construir uma ‘aldeia da educação’, onde, na diversidade, se partilhe o compromisso de gerar uma rede de relações humanas e abertas.” Três passos importantes deverão ser dados: “Primeiro, ter a coragem de colocar no centro a pessoa. Segundo, a coragem de investir as melhores energias com criatividade e responsabilidade. E o terceiro passo, a coragem de formar pessoas disponíveis para se colocarem ao serviço da comunidade.”
‘Corresponder às expectativas do homem e aos desígnios de Deus’: Fé e política na veia, realidade e reino caminhando juntos e articulados.
O Papa Francisco chamou jovens economistas de todo mundo para o evento ECONOMIA DE FRANCISCO, a realizar-se de 26 a 28 de março de 2020, em Assis: “Estou escrevendo para convidá-los a uma iniciativa que tanto desejei: um evento que me permite conhecer quem hoje está se formando e está iniciando a estudar e praticar uma economia diferente, que faz viver e não mata, inclui e não exclui, humaniza e não desumaniza, cuida da criação e não a depreda. É necessário, portanto, corrigir os modelos de crescimento incapazes de garantir o respeito ao meio ambiente, o acolhimento da vida, o cuidado da família, a equidade social, a dignidade dos trabalhadores e os direitos das futuras gerações. Francisco de Assis é o exemplo por excelência do cuidado pelos fracos e de uma ecologia integral. Enquanto o nosso sistema econômico-social ainda produz uma vítima e houver mesmo uma pessoa descartada, não poderá haver a festa da fraternidade universal.”
Foi criado um movimento de preparação de preparação para a reunião dos jovens economistas, com participação ativa do Prêmio Nobel Joseph Stiglitz: ‘Uma nova Educação para uma nova Economia’ (Stiglitz debate com o movimento Economia de Francisco, de César Locatelli, em www.luisnassif.com.br). Uma improvável unanimidade entre economistas parece estar tomando forma: a desigualdade e a mudança do clima indicam a necessidade de encontrarmos novas soluções.
Ladislau Dowbor sugere 10 pontos essenciais na discussão da Economia de Francisco, em ‘A Economia desgovernada: novos Paradigmas’: 1. Democracia econômica; 2. Democracia participativa; 3.Taxação de fluxos financeiros; 4. Renda básica universal; 5. Políticas sociais de acesso universal, público e gratuito; 6. Desenvolvimento local, integrado; 7. Serviços financeiros como serviço público; 8. Economia do desenvolvimento; 9. Democratização dos meios de comunicação; 10. Pedagogia da economia.
Os sinais para 2020 estão na porta e no horizonte utópico, ao mesmo tempo. São tempos proféticos, com a tríade, ECOLOGIA INTEGRAL, UMA NOVA ECONOMIA, HUMANISMO SOLIDÁRIO, na perspectiva do Bem Viver: harmonia com a natureza e com todos os seres vivos, com a Mãe Terra, com o planeta, com a dignidade da pessoa humana. ‘Porque tudo está interligado como se fôssemos um. Tudo está interligado nesta Casa Comum.’
Edição: Marcelo Ferreira