Diálogos: Democracia x Ditadura – Comunicação, Direitos Humanos e Cidadania ocorre na quinta-feira, 12 de dezembro, na Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ) e terá a presença do jornalista e vice-presidente da Comissão Nacional de Ética/FENAJ Antônio Pinheiro Salles, que foi preso em Porto Alegre exatamente no dia 12.12.1970.
Uma breve história…
Numa promoção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors), o bacharel em direito e jornalista profissional Antônio Pinheiro Salles estará em Porto Alegre para lançar, no dia 12 de dezembro, dois livros sobre a ditadura militar no Brasil.
Quarenta e nove anos depois, ele, que foi ex-preso político, vai conversar sobre esse tema tão atual ao lado de convidados especiais que residem no RS e que participaram da luta contra a ditadura e foram presos na época.
Exatamente há 49 anos, no dia 12 de dezembro de 1970, o jornalista foi sequestrado no bairro Menino Deus, na capital gaúcha. Salles, que passou nove anos na prisão, sobreviveu, e foi solto após a conquista da Anistia (1979), quando deixou o Presídio da Justiça Militar Federal de São Paulo.
Pinheiro Salles tem outros livros publicados. Ele traz o seu depoimento na Comissão Nacional da Verdade – Ninguém pode se calar – e 1964: Golpe & Ditadura. Conta, com detalhes, as agruras sofridas durante os anos de chumbo.
O jornalista, que é diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Goiás e vice-presidente da Comissão Nacional de Ética/FENAJ , enumera nominalmente os torturadores e revela os mais degradantes horrores sofridos. Quase dois anos depois, levado para São Paulo, Pinheiro Salles caiu no principal centro de terror da América Latina, o DOI-Codi, Oban e, posteriormente no Deops da capital paulista, onde se abrigava o Esquadrão da Morte comandado por Sérgio Fleury. Novamente enfrentou a repetição das torturas, que lhe deixaram uma série de sequelas irreversíveis. Pinheiro Salles fornece, também, os nomes desses torturadores, onde se inclui o famigerado Carlos Alberto Brilhante Ustra.
O livro Ninguém pode se calar tem apresentações do ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, da jornalista Laurenice Noleto e da advogada Rosa Maria Cardoso Cunha, ex-coordenadora da Comissão Nacional da Verdade. Foi traduzido na Alemanha e na Suíça, onde o lançamento ocorreu com a presença do autor.
Ex-presos políticos confirmaram presença
Entre os convidados sugeridos por Pinheiro e que confirmaram presença no evento Diálogos estão: Raul Pont – ex-prefeito de Porto Alegre; Wladimir Ungaretti, Jornalista; Antônio Carlos Chagas, Advogado; Suzana Lisboa – militante dos Direitos Humanos; Índio Brum Vargas, Advogado e Professor Universitário; Luís Carlos Dametto, Engenheiro, Calino Ferreira Pacheco Filho, Professor Universitário e militante dos Direitos Humanos e o músico Raul Elwanger, Coordenador do Comitê Carlos de Ré.
Poetas da Dura Noite
O Comitê Carlos de Ré da Verdade e Justiça do Rio Grande do Sul que recentemente lançou o livro coletivo Poetas da Dura Noite, estará presente no encontro. A obra lançada na Feira do Livro de Porto Alegre de 2019 lembra, revela, revisa, julga e fixa na cultura de todos os cidadãos os atos de violência praticados pela ditadura militar, entre os anos de 1964 e 1985.
SERVIÇO:
Data: 12.12.2019 – quinta-feira Horário: 18h às 20h30min – Entrada Franca
Local: Casa de Cultura Mario Quintana – Centro de Convenções Sérgio Napp – Sala 2 – 2° andar
Realização: Sindjors – Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS.
Apoio: Casa de Cultura Mario Quintana
Edição: Marcelo Ferreira