O caso dos cobradores é exemplar do que significa o tal “estado mínimo”
Nesta segunda-feira, dia 09/12, uma mobilização dos rodoviários contra demissão de 3.600 cobradores provocou um mega-congestionamento em Porto Alegre. Nesta data, esta marcada a votação de um Projeto de Lei municipal que acaba com a profissão de “cobrador de ônibus” na cidade. A alegação, para eliminar 3.600 postos de trabalho no transporte público, é a “redução do aumento”. Isso mesmo, redução do aumento da passagem em 5 centavos. Sim, 5 CENTAVOS! A passagem mais cara do Brasil vai subir de qualquer jeito. Mas se os vereadores de Porto Alegre votarem a favor da nefasta lei do prefeito, ela vai subir 5 CENTAVOS a menos.
É preciso que se diga, no entanto, que “cobrador de ônibus” não é só cobrador. Ele é uma pessoa da tripulação do enorme veículo que leva dezenas de vidas a bordo. Com a ausência do auxiliar, vai significar risco de vida para passageiros, mais dificuldade de acesso de pessoas com deficiência, o fim das milhares de informações prestadas todos os dias pelos cobradores aos usuários sobre destino, paradas, etc…
Dizem que vão substituir o cobrador pela bilhetagem eletrônica, que já existe há muito tempo, aliás.
Não fosse só pela falta que fará a figura do cobrador auxiliar do motorista, estamos vivendo um período de desemprego e precarização do trabalho que só será aumentado por mais 3.600 demitidos, se os vereadores confirmarem o que quer Marchezan: o tal “estado mínimo”.
O caso dos cobradores é exemplar do que significa o tal “estado mínimo”, preconizado pelos neoliberais de todos os matizes: o trabalhador que ainda esteja empregado tem o valor de sua passagem reduzido em 5 centavos, para que 3.600 trabalhadores que ganham, em média, R$ 2.000,00 por mês, sejam demitidos. Entendeu a conta? Pois é.
Veja mais fotos e vídeos da mobilização e caminhadas que saem de vários pontos da cidade e vão se encontrar na Câmara de Vereadores, onde o projeto será votado hoje, a partir das 13 horas. As fotos são do Grupo Resistência:
Edição: Marcelo Ferreira