Rio Grande do Sul

GREVE NO RS

Ato público contra o pacote de Eduardo Leite reúne mais de dez mil em Pelotas (RS)

Manifestação realizada na cidade natal do governador denunciou precarização do serviço público estadual

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Ruas de Pelotas foram tomadas por manifestantes em defesa do funcionalismo
Ruas de Pelotas foram tomadas por manifestantes em defesa do funcionalismo - Fotos: Fabiana Reinholz

Mais de dez mil educadores e servidores de diversas categorias do funcionalismo gaúcho realizaram, na tarde da última terça-feira (3), em Pelotas (RS), um ato público unificado contra o que vem sendo chamado de “pacote da morte” pelos trabalhadores do estado. Reunindo medidas que cortam direitos com alterações nos planos de carreira e previdência do funcionalismo, o pacote foi enviado à Assembleia Legislativa pelo governador Eduardo Leite (PSDB) em regime de urgência.

O largo do mercado público, no centro da cidade, ficou lotado. A manifestação também exigiu o fim dos atrasos e parcelamentos de salários, que já atinge 48 meses consecutivos, e reajuste salarial. Os servidores estão há cinco anos com os vencimentos congelados.

Na cidade natal do governador, os trabalhadores denunciaram e chamaram a atenção da população para o pacote que precariza ainda mais os serviços públicos e retira direitos históricos dos servidores. No caminhão de som, diversas lideranças sindicais, estudantes e representantes do movimento popular revezaram-se nas críticas ao “pacote da morte” e à política salarial do governo Leite.

Servidores do RS estão em greve unificada

“Sem servidor público não existe estado. Seria um estado de objetos. Esse governo foi eleito pelo povo e, ao atacar os servidores, ataca o povo”, lembrou Nelcir Varnier, presidente do Sintergs. Pelo Sindsepe-RS, a presidente Diva Luciana Flores da Costa saudou as mulheres presentes na luta, em especial as ligadas à saúde. “Nosso movimento está muito bonito. O trabalho que estamos fazendo vai derrotar o pacote do governo Leite”, frisou a sindicalista.

“Leite é igual Bolsonaro. Ambos trabalham para massacrar a classe trabalhadora deste país. O pacote do governador vai ser derrotado nas ruas e não nos corredores da Assembleia Legislativa”, enfatizou Érico Corrêa, presidente do Sindicaixa. Segundo Rodrigo Marques, da Assagra, esse pacote é uma humilhação para o povo gaúcho. “São dois governos que fazem a mesma coisa, o desmonte dos serviços públicos” declarou Rodrigo.

“Estamos com 100% dos frigoríficos parados e redução de 30% do abastecimento. Vai faltar o galeto, a carne e o leite até o governador retirar o pacote”, declarou Antônio Medeiros, presidente da Afagro, entidade que representa os fiscais agropecuários.

Para a presidenta do CPERS Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, o ato mostra que os trabalhadores estão fazendo história. "Eduardo Leite subestimou a nossa força, mas somos do tamanho do Rio Grande. Somos dezenas de milhares e representamos milhões de gaúchos. Somos o presente e também o futuro do estado. Tenho certeza de que esta greve será vitoriosa”, afirmou.

Ato percorreu ruas no município da região sul do RS

O dia de protestos no berço político de Leite terminou com uma grande caminhada pelas ruas da região central de Pelotas. Momento em que a população viu de perto a luta travada por educadores e o conjunto de servidores em defesa dos serviços públicos e de direitos conquistados com muita luta.

Além do CPERS, que está em greve desde o dia 18 de novembro, também estão com as atividades paralisadas, desde o dia 26, os trabalhadores e trabalhadoras representados pelo Sintergs, Sindsepe, Afagro, Assagra, Agefa, Sindicaixa, Seasop e Apog. Na próxima terça-feira, 10, às 9h30, as categorias realizam uma nova Assembleia Unificada na Praça da Matriz, em Porto Alegre.

Edição: Marcelo Ferreira