Militantes do Comitê Lula Livre Porto Alegre, de centrais sindicais e movimentos ligados à Frente Brasil Popular RS realizaram uma vigília nas proximidades do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre (RS), nesta quarta (27), das 9h às 13h. Reunindo em torno de 100 pessoas, o grupo foi surpreendido com o cercamento de todo o entorno do tribunal e com um forte aparato policial de repressão, envolvendo o batalhão de choque da Brigada Militar e o Exército.
O comunicador popular Luiz Muller, da Rede Soberania, conta que as ruas do Centro Histórico e da Praia de Belas estavam interditadas. "Mais de mil soldados da BM e muitos soldados do Exército em torno do TRF-4, dois helicópteros da polícia, dois batalhões da Polícia de Choque e o trânsito do Centro de Porto Alegre transformado numa confusão que até o meio dia não havia sido dissipada", relata.
A manifestação do grupo se deu através de cartazes e faixas estendidas à beira da avenida, sem qualquer interrupção de trânsito nem uso sequer de carro de som. Mesmo assim, conforme relato dos manifestantes, policiais militares tentaram limitar ainda mais o protesto. O grupo cobra uma resposta do tribunal pelos altos custos de um aparato montado sem a menor necessidade, uma vez que não havia qualquer chamada pública para uma grande mobilização, como a que ocorreu no julgamento do tríplex.
“Viemos aqui para uma manifestação pacífica, em defesa da inocência do presidente Lula e nos deparamos com um cerco e um aparato policial gigantesco, de proporções absurdas, para um estado que diz sem recursos”, afirmou Claudir Nespolo, que é o atual secretário de Organização e Política Sindical da CUT/RS.
TRF-4 mantém condenação
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidiu, por 3 votos a 0, manter a condenação do ex-presidente Lula no caso do sítio de Atibaia e ampliar a pena para 17 anos e um mês de prisão. Relator da Lava Jato no Tribunal, o juiz João Pedro Gebran Neto, foi o primeiro a votar.
O Juiz afirmou que a decisão do Supremo Tribunal Federal que garante ao réu o direito de ser ouvido por último em situações de delação não pode retroagir para beneficiar Lula. Os juizes Leandro Paulsen e Carlos Eduardo Thompson Flores seguiram o voto do relator.
Confira as transmissões da vigília no TRF-4 pela Rede Soberania:
Edição: Marcelo Ferreira