Rio Grande do Sul

ELEIÇÕES

Personalidades da cultura lançam carta de apoio à candidatura de Manuela d'Ávila

"Isso não é cheque em branco: é o reconhecimento de uma liderança, numa situação de urgência", afirma o coletivo

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
A pré-candidata à prefeitura da capital gaúcha se reuniu com artistas nesta terça-feira (19) na Casa de Cinema de Porto Alegre
A pré-candidata à prefeitura da capital gaúcha se reuniu com artistas nesta terça-feira (19) na Casa de Cinema de Porto Alegre - Foto: Juliana Marques

Em um encontro realizado nesta terça-feira (19), na Casa de Cinema de Porto Alegre, centenas de porto-alegrenses, na maioria ligados à cultura, entregaram uma carta de apoio a pré-candidatura de Manuela d'Ávila para prefeita de Porto Alegre em 2020. A carta também é endereçada aos partidos políticos de esquerda, movimentos sociais e a sociedade em geral. Na oportunidade, Manuela ouviu as manifestações dos signatários em relação à situação que se encontra a cidade e em defesa de sua candidatura. 

A carta já está na Internet para colher novas adesões de apoiadores.

POR TUDO O QUE NOS UNE

Carta de apoio à candidatura de Manuela d'Ávila

Somos de esquerda porque a nossa formação humanista e o tempo e as desigualdades do país e do mundo nos colocaram aqui. Para nós, outra opção seria o cinismo, e deste, pelo menos, temos conseguido escapar.

A cada dois anos, quando há eleições, esperamos que os partidos nos apresentem suas opções, e então nos posicionamos, porque achamos que este é o nosso dever de cidadãos. E sempre escolhemos candidatos de esquerda, de diferentes partidos.

O problema, agora, é que, do outro lado da política, o protofascismo assumiu a hegemonia da direita e até do que antes se chamava centro, e o grau de polarização do país (e parece que não só do país) atingiu um nível insuportável, quase impedindo a convivência. As próximas eleições municipais se tornaram um plebiscito sobre a espécie de país e cidade em que queremos viver e nossa impressão no momento é que não dá pra esperar que os partidos se movimentem como sempre e nos apresentem suas opções.

A tendência de transformar toda eleição em plebiscito é uma velha tática dos que detêm a hegemonia de um campo, e foi historicamente usada para calar as minorias e impedir o surgimento de novas opções, e foi assim que, ao menos na esfera federal, nos tornamos um bipartidarismo de fato, de certa forma responsável pelo impasse político em que nos encontramos hoje. Ainda assim,
entendemos que as eleições de 2020 terão sim um caráter plebiscitário, e não queremos nos arriscar a chegar no segundo turno sem uma opção à esquerda, como aconteceu há pouco tempo.

Antes que os partidos definam seus candidatos, queremos apontar a nossa.

Nossa candidata é Manuela Dávila.

Escolhemos Manuela como candidata a prefeita de Porto Alegre como teríamos escolhido candidatos de outros partidos em outras cidades, antes mesmo que se definam programas e alianças e tempos de mídia e estratégias eleitorais. Até pouco tempo atrás muitos diriam - e nós provavelmente assinaríamos embaixo - que isso é errado, que o candidato deve emergir do programa e não o contrário, que esse tipo de personalismo representa uma espécie de "cheque em branco" ao candidato e despolitiza o processo eleitoral. Não é isso que pensamos hoje.

Escolhemos Manuela por sua trajetória, pelas posições que tomou e pela dimensão que assumiu sua persona política durante a crise que vivemos desde 2014, e que ainda não acabou. Isso não é cheque em branco: é o reconhecimento de uma liderança, numa situação de urgência.

Hoje muita gente ainda se recusa a admitir que a destituição de Dilma, a perseguição jurídica a Lula, o assassinato de Marielle e a ascensão das milícias ao governo federal façam parte de um mesmo e único movimento político, que podemos ou não chamar de golpe, embora alguns pareçam ter mais medo da palavra que do seu sentido.

Nesse momento, acreditamos que a eleição de Manuela, e de prefeitos e prefeitas de esquerda em algumas das principais cidades do país, pode ser o começo de um contramovimento.

Quem pode construir o programa e a estratégia desse novo momento político são os partidos, os movimentos sociais e suas lideranças. Mas nós, como cidadãos, não queremos abrir mão de dar nossa contribuição, antes que seja tarde.

Manuela Prefeita.

Assinam

Ana Azevedo

Nora Goulart

Jorge Furtado

Giba Assis Brasil

Marcelo Branco

Luis Augusto Fischer

Teresa Assis Brasil

Alice Furtado

Teresa Poester

Cristal Rocha

Gisele Rocha

Ana Oliveira

Luis Carlos Gali

Nanda Barreto

Antônio Villeroy

Kiko Ferraz

Issanã Martins

Roger Lerina

Yanto Laitano

Ana Luisa Cato

Liziane Kugland

Eduardo Oliveira

Rosangela Cortinhas

Marco Tulio De Rose

Mauricio Nader

Maria Angelica Santos

Priscila Guerra

Clovis R Borba

Carolina L Barbosa

Jorge Luiz Braga

Liliana Berry Veiga De Rose

Luiza Dias Corrêa

Liliana Sulzbach

Regina P Protskof

Carla M Leonetti

Nanni Rios

Maria Cristina Carrion

Isabel Oliveira P Almeida

Adriana Franciosi

Eloisa Agra Hassen

Bel Merel

Juliana V Costa

Maria Cecilia Castanheiro

Antonio Barth

Sepe De Los Santos

Marcelo Restori

Fabio Cunha

Renato Del Campão

Vicente Moreno

Celi Pinto

Juliano Roso

Adriana Martorano

João Volino Corrêa

Adriane Mottola

Maria Clara Brites

Dione Camargo

Cora Firpo

Giordano Gio

Bruna Paulin

Hique Gomez

Liane Venturella

Silvana Beduschi

Tuane Eggers

Sibele Garroni

Gabriela Pinho

Cineândrea Guterres

Felipe Anselmi Corrêa

Mirna Spritzer

Brenda Behncke

João A Santos

Nádia Lopes

Lívia Pasqual

Simone Buttelli

Nelson Diniz

Flávio Ilha

Alessandra Carvalho

Flavio Flu Santos

Richard Serraria

Mariana Vellinho

Otto Guerra

DJ Kafu Silva

Biba Meira

Thiago Brag

Edição: Marcelo Ferreira