O Seminário Binacional Brasil e Argentina: Energia e Desenvolvimento Para Quê e Para Quem?, promovido pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e pelo Movimiento de Afectados por Represas (MAR), debaterá sobre a ameaça da construção do Complexo Hidrelétrico Binacional Garabi-Panambi, assim como os impactos ambientais, sociais, econômicos, culturais e emocionais do empreendimento. O debate, que acontecerá nessa terça-feira (05), às 9h da manhã, no Salão da Igreja Nossa Senhora dos Navegantes, em Porto Mauá (RS), terá a participação de sindicatos da região noroeste do RS e de Misiones, na Argentina, das assessorias dos deputados Jeferson Fernandes e Bohn Gass (PT/RS), do MAB e de representantes do MAR do Paraguai e Uruguai.
Com a construção do complexo, o último trecho não represado do Rio Uruguai está sob ameaça de alagamento, em uma área de mais de 90 mil hectares, atingindo diretamente em torno de 12 mil pessoas. Para o MAB, as promessas de geração de riqueza e de desenvolvimento dos territórios afetados por barragens já se provaram falsas em todos os casos de construção de hidrelétricas. “Para as regiões atingidas, fica o descaso, os impactos ambientais, sociais, econômicos, culturais e emocionais, ao passo que a riqueza gerada se concentra cada vez mais nas mãos de poucos”, expõe.
De acordo com Laís Tonatto, do MAB, o dia 5 de novembro é uma data simbólica, em que se completam 4 anos do crime da mineradora Vale, em Mariana (MG). “Uma tragédia anunciada que mostrou ao mundo a que ponto pode chegar a sede do lucro acima da vida. O seminário será um espaço de discutirmos o projeto binacional de geração de energia, questionando que desenvolvimento trará para a população atingida e denunciando a violação dos direitos à informação e o direito à participação nas discussões, pois sabemos que estas estão sendo feitas. Por fim, entendemos que nós ameaçados temos o direito de decidir pelo nosso futuro", afirma.
O movimento acredita que o seminário é um marco da união entre os dois países, na resistência contra a ganância do capital, em que se afirmará a importância da organização das populações ameaçadas e de entidades que lutam em defesa do povo.
* Com informações do MAB.
Edição: Marcelo Ferreira