Tendo completado 50 anos de militância no PCdoB e 56 anos de luta revolucionária, alguns me perguntam de onde retirar essa persistência e esse compromisso com a luta pela eliminação de toda e qualquer forma de opressão e de exploração.
Penso que isso tem a ver com a opção que fazemos diante da vida, entre uma existência medíocre – voltada à obtenção de bens materiais e frívolas “honrarias” – e uma existência plena e enriquecedora, comprometida com a “transformação do mundo”.
A vida e a dialética nos ensinam que tudo está em movimento e permanente transformação e que o que move esse eterno “vir-a-ser” é exatamente a luta entre contrários – seja na natureza, na vida social ou no pensamento. A luta, portanto, não é algo externo à realidade ou uma “perturbação” em uma pretensa “harmonia” ou “estabilidade” do universo, mas a própria forma de existência do mundo real.
Cabe-nos – nessa luta incessante e interminável, sempre inacabada – escolher entre estar do lado do avanço e do progresso da humanidade, ou do lado do atraso e do retrocesso.
Por mais sacrifícios e esforços que nos custe abrir caminho para o “NOVO”, ele é inelutável, não por conta de qualquer fatalismo – pois nada acontece na história sem a participação ativa e consciente de homens e mulheres –, mas porque surgirão inevitavelmente homens e mulheres, precursores dos novos tempos, determinados em fazer a “roda da história” avançar, sem medir sacrifícios ou conseqüências.
Neles estão concentradas as mais elevadas qualidades do espírito humano – desprendimento, solidariedade, coerência, destemor para a luta –, capazes de impulsionar as mais profundas transformações históricas e dar sentido e conteúdo às nossas vidas.
Sejamos dignos desses homens e dessas mulheres de vanguarda, que ao longo da história da humanidade – contraditória, com avanços e retrocessos – souberam desbravar novas sendas para a humanidade. E esforcemo-nos por fazer a nossa parte!
* historiador, servidor concursado do MPE-RS e tem 56 anos de militância popular, sendo 50 deles no PCdoB, partido pelo qual foi deputado estadual no RS
Edição: Marcelo Ferreira