Encerrou nesta quinta-feira (10) o Seminário "China - 70 Anos de Profundas Transformações", realizado na Universidade federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Iniciado a 1 de outubro, o evento teve a participação de diversos palestrantes: historiadores, economistas, cientistas sociais, geógrafos, cientistas políticos, filósofos, estudiosos de relações internacionais, que debateram a realidade chinesa.
A última mesa, "China Hoje - O BRICS e a nova Rota da Seda", teve como expositores o historiador Gaio Doria (Renmin University of China), o cientista social Vitor A. Ribeiro (ILEA-UFRGS) e o cientista social José Loguercio (FMG-RS), e como coordenador o cientista político Diego Pautasso (CEBRAPAZ).
Loguercio abordou o tema "globalização bifurcada", mostrando como o capitalismo neoliberal do Ocidente cada vez mais valoriza o capital fora da esfera da produção, através do "rentismo" e da especulação. Enquanto isso, na Ásia, sob a hegemonia da China Socialista, a produção real é o central em seus processos econômicos.
Vitor Ribeiro discorreu sobre os processos econômicos chineses, sobre o BRICS e sobre o enorme potencial da "Iniciativa Nova Rota da Seda", que envolve a Eurásia, a África e países da América, sendo que o Brasil - desde que Bolsonaro assumiu a presidência - mantém-se apartado das imensas oportunidades por ela criadas.
Gaio Doria falou sobre sua vivência de 10 anos na China, onde realizou o seu mestrado e o seu doutorado e examinou a relação da China com o mundo, as contradições daí advindas. Enfatizou a necessidade de o Brasil preparar-se para esse novo período da globalização em que a China deverá ser a principal economia do Planeta.
O seminário foi organizado por 21 entidades, entre elas o Instituto de Estudos Avançados Latino Americanos (ILEA/ UFRGS) e a Fundação Maurício Grabois, secção do Rio Grande do Sul (FMG-RS). Teve a participação de cerca de 100 inscritos que receberão o certificado fornecido pela Universidade.
Edição: Marcelo Ferreira