Rio Grande do Sul

ENTREVISTA

Em tempos de obscurantismo, o necessário pensamento de Paulo Freire

Jaqueline Moll, referência em Educação integral, explica que obra freiriana fala do amor através da educação

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
"Humanização através da educação, reconhecer-se humano e reconhecer a humanidade no outro" é principal contribuição de Freire
"Humanização através da educação, reconhecer-se humano e reconhecer a humanidade no outro" é principal contribuição de Freire - Foto: Liviane Barbosa

"Quem, melhor que os oprimidos, se encontrará preparado para entender o significado terrível de uma sociedade opressora? Quem sentirá, melhor que eles, os efeitos da opressão? Quem, mais que eles, para ir compreendendo a necessidade da libertação?”, defende Paulo Freire, em um dos seus mais famosos livros, Pedagogia do Oprimido.

Freire, um dos maiores nomes da educação brasileira e referência mundial, é o único autor brasileiro a fazer parte dos 100 livros mais requisitados em universidades dos Estados Unidos. No Brasil de Jair Bolsonaro (PSL), o Patrono da Educação Brasileira, contudo, é menosprezado e atacado. Ataques que vem do próprio presidente, da sua família e em especial do guru filosófico da família, Olavo de Carvalho, que em 2012 chegou a dizer que as técnicas de Freire não produziram erradicação do analfabetismo “em parte alguma” do mundo.

Disse Olavo, “Vocês conhecem alguém que tenha sido alfabetizado pelo método Paulo Freire? Algumas dessas raras criaturas, se é que existem, chegou a demonstrar competência em qualquer atividade técnica, científica, artística ou humanística? Nem precisam responder. Todos já sabem que, pelo critério do 'pelos frutos os conhecereis', o célebre Paulo Freire é um ilustre desconhecido.”

Sobre as razões de seu método não ter erradicado o analfabetismo no Brasil, o próprio Freire, em 29 de maio de 1994, em entrevista publicada no caderno “Mais”, da Folha de S. Paulo apontou: “Em tese, o analfabetismo poderia ter sido erradicado com ou sem Paulo Freire. O que faltou foi decisão política. A sociedade brasileira é profundamente autoritária e elitista. Nos anos 1960 fui considerado um inimigo de Deus e da pátria, um bandido terrível. Pois bem, hoje eu já não seria mais considerado inimigo de Deus. Você veja o que é a história. Hoje diriam apenas que sou um saudosista das esquerdas. O discurso da classe dominante mudou, mas ela continua não concordando, de jeito nenhum, que as massas populares se tornem lúcidas”.

Paulo Freire nasceu em 19 de setembro de 1921, em Recife (PE) / Reprodução 

Por sua vez, Bolsonaro, na campanha eleitoral de 2018, pontuou que pretendia usar um "lança-chamas" no Ministério da Educação para tirar de lá as ideias de Paulo Freire. “Tem de ser alguém que chegue com um lança-chama e toque fogo no Paulo Freire. Esse método deu errado, tem de acabar com isso. Tem que voltar a pôr tabuada na régua do filho”.

Para a professora da Faculdade Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Jaqueline Moll, uma das principais referências sobre a Educação integral, obra de Paulo Freire, ao contrário do que dizem seus detratores, que não conhecem a sua obra, é uma obra que fala do amor através da educação. Nesta entrevista, ela fala sobre a importância da vida e obra de Paulo Freire, em tempos de obscurantismo. Um dos motivos, aponta a professora, é o fato de Freire colocar em risco a ordem social, de que os de baixo, tem que ficar embaixo, sem questionar o seu lugar. “A principal contribuição de Paulo Freire, ao longo da sua longa obra, ao longo, enfim, desse seu trabalho que atravessa praticamente toda a sua vida, é a humanização através da educação, reconhecer-se humano e reconhecer a humanidade no outro”.

Brasil de Fato: Paulo Freire é um dos grandes nomes da educação mundial. Ao comemorarmos seus 98 anos, se estivesse vivo, quais são seus principais ensinamentos, principalmente para estes tempos que vivemos?

Jaqueline Moll: O centro da obra de Paulo Freire é humanização através da educação. A sua obra tem diferentes ciclos, inclusive um ciclo de uma leitura bastante dura, necessária, que aparece na Pedagogia do Oprimido. Porque de fato a opressão tem marcado a história da humanidade, opressão que se revela através de violências simbólicas, materiais, a escravidão, não sei se pode haver uma violência maior do que essa, a exploração das pessoas pelo trabalho, a indignidade do jeito como as pessoas vivem, a falta de condições de vida. Violências que se vivem, que se praticam, violências que são construídas pelos humanos, e pelos humanos desumanizados, pelos humanos não humanizados, pelos humanos brutalizados. Brutalizados pela ganância, brutalizados nas lutas pelo poder, brutalizados numa concepção de mundo que nega a existência dos outros.

Então, a principal contribuição de Paulo Freire, ao longo da sua longa obra, ao longo, enfim, desse seu trabalho que atravessa praticamente toda a sua vida, é a humanização através da educação, reconhecer-se humano e reconhecer a humanidade no outro. O seu grande tema, que é a alfabetização, é um tema que exatamente remete a isso, quer dizer, como é que através da língua escrita eu me reconheço como humanidade, eu reconheço a humanidade que há em mim, eu reconheço o acúmulo que se fez ao longo dos tempos. Quer dizer, como é que as pessoas se tornam partes dessa grande família “humana”? Bom, através de várias marcas identitárias, a história que nós produzimos, a beleza que produzimos através das artes, o extraordinário que produzimos através da ciência, e que tem sim na língua escrita uma porta de entrada. Não saber ler e escrever é de algum modo não enxergar muitas coisas, a leitura e a escrita abrem muitas portas. E Paulo Freire pensou a leitura e a escrita como o processo de humanização.

No prefácio da Pedagogia do Oprimido, Ernani Maria Fiori, esse grande filósofo, que foi professor da UFRGS, expurgado pelo regime militar, e que não retorna à universidade, infelizmente, fala em narrar-se, biografar-se e existênciar-se. A alfabetização como um processo de narrar-se, existenciar-se, biografar-se. Penso que é disso que se trata, a grande contribuição seria essa.

A obra de Paulo Freire, ao contrário do que dizem seus detratores, que não conhecem a sua obra, é uma obra que fala do amor através da educação. Mas esse amor que se revela nessa capacidade de vivermos juntos, com qualidade de vida, de conferirmos ao outro a dignidade que conferimos a nós mesmos. De reconhecermos o outro como um sujeito capaz de produzir a sua vida, de produzir sua existência com dignidade. Por isso ele é tão reconhecido em outros países, sobretudo nos países nórdicos, que produziram os índices mais elevados de qualidade de vida do planeta, na Suécia, Noruega, Paulo Freire é reconhecidíssimo, porque eles materializaram a sua obra, penso que essa seria a grande contribuição. Evidentemente que o método de alfabetização que ele produz no campo do aprendizado da língua escrita, que vale tanto para adultos como para crianças, é absolutamente válido hoje. A ideia de que a leitura do mundo precede a leitura da palavra escrita é absolutamente necessária e fundamental. Toda a leitura e toda escrita dissociadas da leitura de mundo caem em um vazio. Parte do fracasso escolar que o sistema educacional ainda produz, tem a ver com isso. Quando se tira o menino, a menina do seu contexto, e a escola é um mundo completamente estranho, isso impede que a aprendizagem se constitua, porque é preciso estabelecer vínculos, é preciso estabelecer sentidos, e a leitura de mundo que precede a leitura da palavra escrita, ajuda a construir sentidos.

Paulo Freire é absolutamente válido, e considero que existe no seu pensamento, características de universalidade, vale para todas as culturas, mesmo aquelas culturas completamente baseadas na aprendizagem que se dá na oralidade. Porque esse reconhecimento pode se dar nessa perspectiva também. 

BdF RS: Desde a ascensão da extrema-direita reacionária no país, Paulo Freire e sua obra têm sido alvo constante de críticas, principalmente pelo fato de Freire defender a educação como instrumento fundamental para a libertação de trabalhadores e trabalhadoras. Sua teoria confronta e ameaça o modelo de sociedade acrítica, oprimida e conservadora pretendido pelo atual governo?

Jaqueline: É bom recuperar a história, lá em 1962 quando Paulo Freire é chamado para o Ministério da Educação.

Permita-me um pequeno preâmbulo, a nossa sociedade é uma sociedade feita de intervalos democráticos, dizia o Anísio Teixeira, nós não somos uma sociedade de constância democrática. Eu me referia antes aos países nórdicos, por exemplo, que coisas que passam aqui seriam inimagináveis em outros, evidentemente inclusive da Europa, dessa Europa mais conhecida por nós, na França. Em Portugal, mesmo a Itália que tem governos conservadores, é inimaginável que acontecessem, que passassem lá coisas que estão passando aqui agora. Essa nossa sociedade é uma sociedade entrecortada. Nós vamos ter a entrada na República de um jeito muito frágil, porque a República não se dá para construção da res pública, da coisa pública.

A República se dá em função de interesses contrariados sobretudo dos grandes fazendeiros, grandes concentradores de terra no país que vão ficar completamente amargados com a história do fim da escravidão. Não aceitam isso de fato, a escravidão no Brasil é um traço que ainda hoje é presente na nossa cultura. Toda a luta dos povos negros, toda a luta dos afro-descendentes é uma luta por reconhecimento, é como se não se reconhecesse a humanidade dessas pessoas, a ponto de que vai terminar a escravidão legalmente, mas efetivamente essas pessoas vão saindo das grandes fazendas, onde era a mão de obra principal, alguns permanecem até a morte, e vão se instalar em lugares completamente insalubres, não vão ter assistência do Estado, e a educação de fato não alcança todos. A gente começa o século vinte com mais de 70% da população analfabeta, não é pouca coisa isso; porque termina em 1889 a monarquia. Evidentemente que a baixa escolaridade, o analfabetismo está ligado à monarquia, mas também está ligado ao modo como a República vai conservar esses traços.

Tanto que é só lá pelos anos 1950 que o país vai de fato começar a construir uma estrutura de educação que nunca foi para todos, embora tenhamos avançado muito a partir da Constituição de 1988, e nesse último período da história, porque a Emenda Constitucional 59, de 2009, torna obrigatória a educação dos 4 aos 17 anos, e o Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 13005 de 2014, vai prever metas e estratégias para todos os níveis e modalidades da Educação Básica, o país dificulta que isso se concretize. Eu até costumo dizer que o Brasil é um país que quer colher aquilo que não plantou. Fico olhando para Finlândia, como o mundo inteiro olha, e para outros países, olha para os Estados Unidos, olha, enfim, para países bem posicionados nos rankings. Para ter esses indicadores, esses resultados, é preciso fazer longos plantios. E esses longos plantios, de anos, de décadas, nunca puderam acontecer.

A República não vem com os esforços da escolarização da população, de oferecer processos educativos universais, muito atrás dos nossos vizinhos Uruguai, Chile, Argentina, que já tinham esse debate da educação primária universal no século 19, isso já caminhava.

Depois nos anos 1920, nos anos 1930 se tem enfim um respiro. A Constituição de 1934 é promissora, porque ela também é fruto de uma assembleia constituinte. Em 1932 foi lançado um grande manifesto de educadores pela educação, o manifesto dos Pioneiros, chamado os Pioneiros da educação nova. Eles diziam que a educação é o principal instrumento de construção da nação, sem isso não tem como construir. Se tu não trabalha com a ideia de que todos podem ter acesso ao processo formativo é muito difícil construir uma nação. Esse esforço todo vai ser cindido em 1937 com o Estado Novo.

É bom lembrar, porque nós temos pouca memória, e talvez uma das grandes lições desse momento tenebroso da história que estamos vivendo, é que a gente precisa voltar ao que aconteceu. Lá nos anos 1930, o Rio de Janeiro que era a capital da República tinha um prefeito chamado Pedro Ernesto, e para dar um exemplo, com toda uma visão de educação para todos. Anísio Teixeira, que eu já mencionei e que vou voltar a mencionar, porque para mim é fundamental para compreender a estrutura da educação brasileira e seus atrasos. Morto em 1971 pela ditadura, isso levantado pela Comissão da Verdade, vai ser o grande coordenador do esforço de educação da cidade do Rio de Janeiro, e se começa a implementar todo um modelo de escolas parques, escolas classe, que ampliavam o tempo de formação dos estudantes, as oportunidades formativas, com os parâmetros da época. Esse esforço é condido em 1937 pelo Estado Novo.

E o país vai até 45/46 para começar a retomar a democracia, com todos os seus caminhos tortos, Getúlio Vargas depois volta para o poder eleito, e depois tem o seu suicídio. Mas, esse período que vai de 1946 a março de 1964, é um período muito importante para a educação brasileira. Em 1959 há um novo manifesto, mais uma vez são convocados os grandes nomes, e falo de Fernando Azevedo, Anísio Teixeira, e também nomes contemporâneos como Fernando Henrique Cardoso, Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes, que assinam esse manifesto. Em 1961 a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1962 o primeiro Plano Nacional de Educação, e nesse plano metas específicas, inclusive para alfabetização da população.

Jaqueline Moll é professora da Faculdade Educação da UFRGS | Foto: Reprodução 

E nesse contexto Paulo Freire é chamado a Brasília, a recém inaugurada capital. Em Brasília vai se ter esse movimento importante para a educação pública do país. Paulo Freire vem coordenar uma campanha nacional de alfabetização. Tinha tido uma experiência muito bem sucedida em Angicos, no interior do Rio Grande do Norte, uma experiência muito bem sucedida. No ano passado eu estive conversando com esses homens e mulheres extraordinários que foram alunos dos círculos de cultura, e se alfabetizaram em 30, 40, 50 dias. Camponeses e camponesas de 24, 25, 27 anos, e que até então estavam alijados do processo de alfabetização. E eles contam da vida, da história, da convivência, do encontro com Paulo Freire.

Ele vai coordenar esse esforço. Tem um fato interessante que quando o presidente João Goulart consta que teria vindo a Angicos entregar o diploma para os estudantes, esses camponeses e camponesas se manifestam, e o general Castelo Branco que depois tem o papel que tem no início da ditadura militar, diz para o comandante das Forças Armadas na região aqui do Nordeste, vocês estão criando cascavéis nesses sertões. E Paulo Freire passa a ser marcado na paleta, marcado com a cruz nas costas, com um trabalho que de alguma forma colocava em risco a ordem social.

Que ordem social colocava em risco? Essa, de que os de baixo tem que ficar embaixo, os de baixo não tem que questionar o seu lugar, e aprender não é coisa para pobre, não é coisa para esses negros, para esses periféricos, não é coisa para os índios. E Paulo Freire vai ser perseguido, vai ser preso. Há várias biografias que contam essa história de 64, da prisão de Paulo Freire até que ele deixa o país.

Então, para entender o contexto atual é preciso olhar para aquilo que aconteceu em 64. Paulo Freire vai fazer pelo mundo uma carreira extraordinária, vai colaborar com vários países africanos, vai ter um trabalho importante no Chile e vai se tornar uma referência na alfabetização de adultos. Porque ele cria um modo de organizar o processo de alfabetização que permite os adultos aprenderem a ler e escrever. É preciso entender tudo isso para entender o ódio que está posto hoje que é o mesmo. O que Paulo Freire ameaça? O Paulo Freire ameaça essas estruturas injustas. Porque quando eu confiro humanidade a esses que são desumanizados na visão das chamadas elites, que não são elites morais, podem ser elites econômicas, podem ser elites da “política”; mas do ponto de vista moral, para mim essa é a grande crise.

Paulo Freire é tão depreciado, primeiro em função da ignorância que se tem sobre ele, sobre sua obra, e segundo porque ensinar a ler e escrever, construir a perspectiva de autonomia intelectual e moral para essas populações que sempre foram, como dizia o Darcy Ribeiro, apenas carvão para queimar na produção das mercadorias, é uma ameaça ao sistema. Então Paulo Freire ameaça todos os sistemas totalitários. Basta ver o modo como lidam com a floresta. Não é possível que um presidente de um país como o Brasil diga que a floresta não é a “porra de uma árvore”, nós não podemos aceitar isso, não é a porra de uma árvore, não são os índios, são os minérios. Porque na verdade a lógica é a lógica da exploração. Talvez não haja lugar mais desumanizado do que os garimpos e que são sim uma referência no imaginário desse senhor que ocupa hoje a presidência da República, infelizmente.

Paulo Freire é uma ameaça porque as mesmas elites, aqueles mesmos que sempre detiveram grande poder no Brasil, se viram profundamente ameaçados, porque quando os negros começam a chegar nas universidades, quando o país começa a ter políticas públicas, políticas educacionais para todos os níveis e modalidades da educação, quando se começa a preconizar que desde os quatro anos as crianças muito pobres têm direitos sim a uma vaga nas creches, de preferência pública, não tem sido sempre isso, são consertados, conveniadas, enfim, e se vai garantir que esses meninos até os 17 anos concluam a sua escolaridade no ensino médio, quando se combate a chamada evasão escolar, quando se combate a reprovação, que foram temas que Paulo Freire trabalhou, de fato o sistema é esse, o sistema afronta isso, o sistema não suporta isso que Paulo Freire representa.

BdF RS: Lembrar e celebrar Paulo Freire é também uma forma de enfrentamento à conjuntura de ataques imposta?

Jaqueline: Trazer Paulo Freire de volta é celebrar a vida, honrar a memória do Paulo Freire é celebrar a educação como o processo de humanização, é celebrar a possibilidade de vivermos juntos, que é o contrário do que está sendo posto aí, menos educação, mais prisões, menos diversidade, mais homogeneidade no sentido de modelos consagrados por culturas sim por sociedades opressoras, do ponto de vista étnico, racial, de orientação sexual, do ponto de vista religioso.

Trabalhar com Paulo Freire, trazer a memória de Paulo Freire é celebrar a vida e é bem importante lembrar que dia 19 de outubro nós vamos ter na Faculdade de Educação (Faced), na UFRGS o Freireando Porto Alegre, o lançamento de uma grande campanha latino-americana caribenha em defesa da memória de Paulo Freire, das 15h às 19h. E esse movimento se espalha cada vez mais, quanto mais se reprime, por ignorância do que é esse autor e da sua perspectiva, mais as pessoas têm interesse em ler os livros de Paulo Freire, mais têm interesse de entender aquilo que se tenta esconder. Então é disso que se trata, se trata de construir uma sociedade plural, unidade na diversidade. Somos diversos. Sempre seremos e a diversidade tem que ser celebrada, essa é uma chave de desenvolvimento dos países que nós democráticos admiramos.

Edição: Marcelo Ferreira