Rio Grande do Sul

EXTORSÃO

Vereador de Porto Alegre André Carús (MDB) é preso em operação da Polícia Civil

Investigação aponta que Carús obrigava servidores do seu gabinete a contrair empréstimo para saldar suas dívidas

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Operação Argentários: 13 ordens judiciais estão sendo cumpridas na capital
Operação Argentários: 13 ordens judiciais estão sendo cumpridas na capital - Foto: Leonardo Cardoso/CMPA

O vereador de Porto Alegre André Carús (MDB) foi preso na manhã desta terça-feira (1), em uma operação da Polícia Civil de combate a crimes contra a administração pública. Batizada de Operação Argentários, a investigação aponta que Carús extorquia os servidores públicos do seu gabinete, obrigando-os a fazer empréstimos em instituição financeira para quitar dívidas pessoas contraídas pelo vereador.

Mandados foram cumpridos na casa do vereador e na Câmara Municipal da Capital. Ao todo, estão sendo cumpridas 13 ordens judiciais na capital, nesta terça-feira. A assessoria do vereador informou que só vai se manifestar sobre o assunto quando estiver totalmente a par da investigação.

Em entrevista à Rádio Guaíba, o delegado Max Otto Ritter, que lidera a operação da Polícia Civil, relatou que outras duas pessoas foram presas. "Não vou entrar em detalhes, mas o que posso dizer é que não são servidores concursados, são pessoas que tem cargo em comissão e estão vinculadas aos departamentos em que fizemos busca e apreensão: Demhab e Dmae. Ainda precisamos verificar o caminho do dinheiro, se estas pessoas que contraíram os empréstimos de fato receberam a quantia", explicou.

Além da Câmara, mandados também foram cumpridos na casa do vereador | Foto: Divulgação Polícia Civil 

Carreira política

Carús é o atual presidente do MDB em Porto Alegre, eleito em agosto de 2019. Exerce seu primeiro mandato como vereador, tendo sido o segundo mais votado do partido em 2016. Por duas vezes, em 2008 e 2012, ficou na suplência. Em sua trajetória, foi secretário municipal adjunto do Meio Ambiente de Porto Alegre em 2011 e 2012. Em 2013, foi diretor-geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU). Pediu exoneração em 2016, após o Ministério Público deflagrar a operação Fosso Tártaro, que investigava crimes contra a administração pública no departamento.

* Com informações da Polícia Civil do RS e do Correio do Povo

Edição: Marcelo Ferreira