Ao assumir a presidência do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors), na manhã desta quinta-feira (1º), Vera Daisy Barcellos destacou a intenção de resgatar e consolidar a entidade como o espaço para congregar todos os jornalistas, os profissionais que estão afastados e novos colegas que ingressam no mercado de trabalho em tempos de dificuldades no jornalismo e na sociedade brasileira.
Depois de saudar amigos, parentes e colegas, de fazer agradecimentos ao ex-presidente Milton Simas – que dirigiu o sindicato em dois mandatos e liderou a resistência frente aos desmandos que ameaçam a sobrevivência da instituição – a nova presidenta reafirmou a importância dos nove eixos que nortearão a gestão nos próximos três anos.
Entre eles, ressaltou a volta do processo de interiorização do sindicato; a aproximação da entidade com alunos e professores de universidades; a presença dos dirigentes mais frequente nas redações; a participação e a promoção de eventos culturais.
Também estão entre pontos importantes de ação, trabalhar na perspectiva de criar espaços e reelaborar saberes jornalísticos, considerando sobretudo o desemprego na profissão e retomar os debates sobre as medidas que restringem, há 10 anos, o uso do diploma de jornalista para o exercício profissional.
O planejamento, porém, inclui, igualmente, fortalecer permanentemente a construção solidária com as demais instituições sindicais e populares em defesa do direito à comunicação, a uma gestão participativa e sustentável pela ética no jornalismo.
Finalizando, Vera Daisy, a primeira mulher negra a ser presidenta do sindicato, de 70 anos celebrados com orgulho, fez uma convocação pública a “todos que queiram estar juntos para reforçar o sentido de trabalhar pelos nossos direitos, pela democracia no país e cada vez mais pela liberdade de expressão”.
Retrospectiva
Em sua manifestação de despedida, Milton Simas promoveu uma breve retrospectiva ao longo dos períodos de dois mandatos, lembrando as jornadas de junho de 2013, a Copa do Mundo de Futebol em 2014, os graves danos epidemiológicos provocados pela dengue em 2015, o golpe contra Dilma Rousseff em 2016; o calote financeiro da RBS contra o sindicato e a reforma trabalhista em 2017; o assassinato da vereadora Marielle e a prisão política de Lula em 2018, chegando ao retrocesso generalizado no Brasil com Bolsonaro da presidência em 2019.
O ex-presidente também pontuou a manutenção da Fundação Piratini, TVE e Rádio Cultura FM, bem como a maioria dos empregos dos funcionários como um imprescindível conquista da gestão, através da luta conjunta com o Sindicato dos Radialistas e a assessoria da Frente Jurídica.
Presenças
Além de vários jornalistas, participaram do ato da posse o secretário de comunicação da CUT-RS, Ademir Wiederkehr, o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, o diretor da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Celso Schröeder, o presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde do RS, Milton Kempfer, a diretora da Fetrafi-RS, Denise Correa, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros do RS, Estevão Finger, a representante do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), Suelen Gonçalves, o vereador Adeli Sell, o ex-deputado e ex-prefeito de Porto Alegre, Raul Pont; o ex- deputado Tarcisio Zimermann, o procurador Paulo Torelly, o economista Dão Real dos Santos, do IJF, lideranças comunitárias e sociais, e representantes da Associação Riograndense de Imprensa (ARI) e dos deputados federais Dionilso Marcon e Maria do Rosário e do estadual Fernando Marroni, entre outros.
Edição: CUT-RS com Sindjors