Estudantes e trabalhadores realizaram um ato contra a reforma da Previdência e em defesa da educação, no entardecer desta sexta-feira (12), em frente à Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A manifestação, que inicialmente previa uma caminhada até a Esquina Democrática, o que não aconteceu, reuniu dezenas de pessoas em apoio ao grande ato que levou 15 mil estudantes à Esplanada dos Ministérios, nesta manhã, em Brasília, demarcando a posição da União Nacional dos Estudantes (UNE) na defesa de um futuro para o Brasil.
Entre falas e gritos de ordem, os manifestantes demonstravam esperança e forças para seguir lutando contra o desmonte da aposentadoria, mesmo com a aprovação do primeiro turno da reforma da Previdência no Congresso Nacional. Em um carro de som, representantes de entidades estudantis e sindicais manifestaram sua luta nas pautas da educação, mas o foco principal foi a Previdência e a necessidade de seguir denunciando os ataques aos direitos do povo brasileiro promovidos pelo governo Bolsonaro (PSL) e pelos deputados que votaram a favor da reforma.
“A gente vai barrar essa reforma porque a gente está construindo uma unidade com trabalhadores e estudantes, construindo o poder popular”, disse Vitor Classmann, do DCE da UFCSPA. “Milhares de estudantes do Brasil inteiro estiveram lá em Brasília, na porta do Bolsonaro, para gritar e dizer que não vamos recuar, que eles são mentirosos com a classe trabalhadora ao dizer que a reforma da Previdência vai trazer progresso para o Brasil”, lembrou, em referência à manifestação dos estudantes estão reunidos no 57° Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune).
Para Eder Pereira, diretor da CGTB, seguir nas ruas é o caminho para a defesa dos direitos. “Nós já colocamos o Bolsonaro na defensiva porque ele teve que admitir e responder que está fazendo a mesma coisa que os outros fizeram para trair o Brasil, que está comprando deputados. Eles estão tendo que admitir que tão fazendo a velha política. Os estudantes em Brasília ocuparam a frente da Esplanada e é isso que vamos continuar fazendo”, afirmou.
“Foi um belo ato em Brasília, em que os estudantes mostram que eles querem educação, mas também querem trabalho e aposentadoria. Estamos juntos nessa”, disse o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo. Agora, segundo ele, é momento de denunciar à sociedade quais os deputados votaram a favor da reforma, para que não se reelejam. “Aqui no Estado tem uma lista grande, vamos pegar o pé dessa gente nos municípios e nos colégios eleitorais. O que eles aprovaram é uma maldade muito grande com o futuro do Brasil e dos trabalhadores”, apontou.
A presidente do Cpers Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, disse que há um trabalho de conscientização a ser feito já nas eleições municipais de 2020. “A politização é fundamental. O grande desafio é somarmos força e dizer que partido que votar contra nós na reforma da Previdência tem que ter sim a nossa oposição, para derrotar a todos no ano que vem”, afirmou. Exemplificando com a eleição do ex-goleiro gremista, o deputado federal Danrlei (PSD), ela refletiu sobre o discurso “voto na pessoa e não no partido”, que acaba elegendo políticos de partidos que atacam os direitos do trabalhadores.
Assista à transmissão do ato realizada pela CUT-RS
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Edição: Marcelo Ferreira