Criado entre o final de 2016 e início de 2017, como uma arena pública de debate de diferentes forças, o Comitê em Defesa da Educação do Rio Grande do Sul retoma suas atividades e se soma às atividades da greve geral dessa sexta-feira (14) em Porto Alegre (RS). “Não se trata de um partido contra outro, se trata de uma visão de sociedade que inclua a todos em contraposição de visão de sociedade que exclui, que violenta e que usa a violência como um modo de relação entre as pessoas”, defende Jaqueline Moll, doutora em educação, professora Titular da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e integrante do Comitê.
Desarticulado no governo Temer, o Comitê retoma suas atividades, reunindo diversos segmentos, como professores, partidos políticos, sindicatos, movimento de pais e mães pela democracia. De acordo com Jaqueline, o Comitê está passando de uma agenda mais específica para um movimento de defesa da educação de uma forma ampla. “Evidentemente a educação pública é o eixo fundamental porque mais de 85% da população do nosso país estuda na escola pública, mas nós também queremos defender e lutar pela liberdade de cátedra das escolas privadas. Não é possível o patrulhamento ideológico que está se fazendo. É preciso respeitar os professores e a responsabilidade que eles têm na formação de seus estudantes”, afirma.
Para Jaqueline os ataques às escolas têm objetivos claros de despedaçar ainda mais a sociedade brasileira, de impedir que os avanços ainda iniciais dos últimos anos e de trazer para o seio da sociedade brasileira que é melhor educar em casa. “Estamos construindo um movimento de defesa da educação, não há civilização sem educação, não há democracia sem educação, não há desenvolvimento sem educação”, ressalta.
Diante da conjuntura nacional, o Comitê da Educação vai ser somar às mobilizações da greve geral. “Estamos vivendo uma total desaceleração de todos os projetos e programas de inclusão social, de educação, de cultura de esporte, de promoção humana que o país viveu desde a retomada da democracia. Por isso o dia de amanhã é muito importante. Um dia que teve dois preâmbulos, o dia 15 e dia 30. Amanhã o país todo tem que se levantar e dizer ‘chega’. Não é possível querer destruir a Previdência Pública em nome do interesses de bancos, interesses de capitalização, de enriquecimento de alguns”, finaliza.
Mobilização da Educação na Greve Geral
15h - Concentração no Instituto de Educação, com atividades culturais e manifestações das entidades da educação
16h - Caminhada até a FACED UFRGS
17h30 - Ato na Prefeitura Municipal
18h - Ato Unificado da Greve Geral na Esquina Democrática
Edição: Marcelo Ferreira