Desde 2016, os grandes empresários brasileiros impõem uma agenda de prejuízos para o país e insuportáveis sofrimentos ao povo. Patrocinaram uma reforma trabalhista com a promessa de gerar empregos. No entanto, o número de desempregados se aproxima dos 14 milhões e mais de 28 milhões de trabalhadores estão abandonados na informalidade, subcontratação e em ocupações precárias. Além disso, o IBGE noticiou algo emblemático dessa macha à ré: 14 milhões de famílias estão utilizando carvão e lenha para cozinhar alimentos.
As projeções do PIB despencam mês a mês. A mais recente prevê um crescimento de apenas 1,13% em 2019. Tecnicamente a economia está estagnada e já se comenta que as metas para 2020 não se realizarão. A pesquisa de Sondagem Industrial, realizada pela CNI, detectou um preocupante nível de ociosidade (66%), produção em baixa e estoques indesejados (empacados). O comércio varejista vegeta com um decréscimo de -0,6%. Itens do consumo básico, como roupas, alimentos, artigos farmacêuticos e bebidas, são os mais afetados. O que mais se vê no comércio são anúncios de “aluga-se”. Até mesmo os centros comerciais populares estão desertificados.
Na verdade, amplos setores do empresariado, liderados pelo mercado financeiro, forjam uma crise econômica para aprovar sob ameaça de caos um conjunto de “reformas”, como o engodo da “nova aposentadoria”, quando os reais problemas são as altas taxas de juros, a sonegação e as renúncias fiscais, dentre outros.
O “prejuízo”, que uma greve geral possa causar, é para evitar que destruam a Previdência Pública. Não abrimos mão de uma aposentadoria digna. Deixem de atacar as políticas sociais com o propósito de excluir os trabalhadores e pobres do orçamento! Cessem os cortes na educação! A juventude precisa de futuro. Basta de desemprego e de retirada dos nossos direitos que, apesar de poucos, são sagrados! Os trabalhadores, quando entram em cena com greves, protestos e manifestações, mudam o rumo da história. Amanhã não seremos omissos.
* Claudir Nespolo é metalúrgico e presidente da CUT-RS
(Publicado nas edições de 13/06/19 de Zero Hora e Sul21)
Edição: Redação