Rio Grande do Sul

MORADIA

MTST critica mudanças no Minha Casa Minha Vida na faixa de famílias de baixa renda

Em nota, movimento considera a transformação da faixa 1 em aluguel social “um grave retrocesso de habitação popular”

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
"O atual governo abre mão do investimento público e subordina toda sua política habitacional à lógica financeira"
"O atual governo abre mão do investimento público e subordina toda sua política habitacional à lógica financeira" - Foto: Divulgação MTST

O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) se manifestou a respeito das mudanças propostas pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) ao programa Minha Casa Minha Vida. Em nota divulgada à imprensa, o movimento considera “um grave retrocesso de habitação popular” o conteúdo do anúncio realizado pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, que disse que as famílias de baixa renda não seriam mais proprietárias de seus imóveis, mas sim locatárias.

Confira, na íntegra, a nota do MTST sobre as mudanças no MCMV:

O MTST - Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto tem acompanhado com preocupação as notícias recentes veiculadas em relação às mudanças no Minha Casa Minha Vida.

Entendemos que transformar toda a faixa 1 do programa (famílias mais pobres, com renda de até R$1,8 mil) em um "projeto piloto" de locação social significa um grave retrocesso na política de habitação popular. É necessário destacar que hoje o déficit habitacional está concentrado nessa faixa de renda, posto que mais de 80% das famílias que demandam moradia recebem até 3 salários mínimos. O Governo está fazendo a opção de manter as famílias mais pobres do país na fila de espera, enquanto garantirá casa própria para as de maior renda.

O movimento defende políticas de aluguel social como instrumento de combate à segregação urbana, especialmente em áreas centrais. No entanto, o Ministério do Desenvolvimento Regional anunciou a medida apenas em áreas periféricas e sem qualquer tipo de diálogo com movimentos de moradia, na contramão de todas experiências internacionais. Isso vai aumentar ainda mais os aluguéis nas periferias gerando mais exclusão social.

Além das tentativas de criminalização da luta por moradia, o atual governo abre mão do investimento público e subordina toda sua política habitacional à lógica financeira.

As milhares de famílias do MTST que se encaixam na faixa 1 e lutam pelo direito à moradia não assistirão caladas esse retrocesso. Reforma urbana se faz com habitação popular e investimento público, não com linha de crédito!

Coordenação Nacional - Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto

Edição: Marcelo Ferreira