Enquanto mais de um milhão de pessoas saíam às ruas em mais de 200 cidades de todo país nesta quinta-feira (30), em defesa da educação pública e da Previdência Social, o Ministério da Educação lançava uma nota incentivando a população a denunciar “professores, servidores, funcionários, alunos, pais e responsáveis” que divulgarem “movimentos político-partidários” durante o horário escolar. A resposta vinha das ruas. No Rio Grande do Sul, diversas cidades tiveram a manifestação.
“Estudantada unificada e o bolso tchau, tchau, tchau, e para tudo, e vem para rua, sem medo de resistir”. Este foi um dos vários bordões de aquecimento do ato em Porto Alegre, que reuniu cerca de 30 mil pessoas. A manifestação que começou no final se estendeu até as 20h. Sob guarda-chuvas, capas, e mesmo desprotegidas da chuva, manifestantes circularam pelas ruas da capital empunhando cartazes, bandeiras, faixas e carro de som, com o intuído de alertar sobre os prejuízos dos cortes às universidades e institutos federais. O protesto também alertava para os riscos da reforma da Previdência, convocando a população para a Greve Geral do dia 14 de junho.
“Não vamos aceitar que isso aconteça, sabemos que eles querem fazer moeda de troca para aprovar a reforma da Previdência. Então os estudantes estão ocupando as ruas hoje e vão ocupara as ruas dia 14, contra a reforma. Não vamos deixar todo esse retrocesso passar”, afirmou Filipe Eich, estudante de economia da Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS) e membro da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Kate Lima, estudante de políticas públicas da UFRGS e integrante do coletivo indígena, alertou que os estudantes indígenas, assim como outros estudantes, estão com cortes de bolsa e correndo o risco de não ter mais essa ação afirmativa. “A realidade do indígena é diferente dos outros cotistas. Então pode ser que não haja mais indígenas na universidade. É um absurdo que tenhamos que cortar na educação, cortar no básico, com a desculpa de um ganho financeiro para o país, ganho financeiro para quem? Ganho financeiro para os donos do poder”, frisou.
Confira como foi a manifestação em algumas cidades do Estado:
Alegrete
Em Alegrete, um grupo de estudantes da Unipampa, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFFar) e apoiadores fizeram uma caminhada desde a Praça General Osório até o calçadão do município.
Jaguarão
Sob a titularização de “Jaguarão contra os cortes na Educação e em defesa da Previdência”, a manifestação na fronteira sul reuniu dezenas de estudantes, professores, pessoas ligadas aos movimentos sociais e sociedade civil. O ato que começou na Praça do Regente e percorreu as ruas da cidade.
Lajeado
No Vale do Taquari, também sob guarda-chuvas, um grupo de estudantes lajeadenses saíram pelas ruas da cidade para protestar contra os cortes na área de educação e contra a reforma da Previdência.
Pelotas
Em Pelotas, mesmo com chuva, estudantes, professores e trabalhadores percorreram as principais ruas da cidade. De acordo com a estimativa dos organizadores do ato, havia cerca de 6 mil manifestantes. O reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Curi Hallal, que participou dos atos, alertou para os riscos do corte para a universidade. “Temos 20 mil alunos, 96 cursos de graduação e 48 de pós-graduação. Em agosto, faremos 50 anos. Um ano que era para ser de comemoração está triste por causa dos cortes e da possibilidade, caso o governo não volte atrás, de não poderemos pagar as contas a partir de setembro”.
Rio Grande
Em Rio Grande, as manifestações começaram no início da manhã com uma panfletagem no pórtico de entrada do Campus Carreiros da Universidade Federal de Rio Grande (FURG). No final do dia os manifestantes percorreram as ruas da cidade.
Santa Maria
Na região central do Estado, em Santa Maria, no início da manhã um grupo realizou panfletagem. Mais tarde, manifestantes sob guarda-chuvas empunhavam cartazes em defesa da educação e contra os cortes do governo Bolsonaro.
Uruguaiana
Na cidade da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, estudantes, educadores e sindicalistas saíram em caminhada com palavras de ordem.
Edição: Marcelo Ferreira