Rio Grande do Sul

Cultura Viva

Segundo módulo do 'Trampando Cultura na Periferia' é lançado nesta quinta-feira (19)

Iniciativa do Ponto de Cultura Africanidade, projeto dá bolsa e forma jovens da periferia que atuam no setor cultural

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Projeto se insere na lógica de resistência e valorização das culturas periféricas - Foto: Marcelo Ferreira

O "Trampando Cultura na Periferia" está de volta com o seu segundo módulo de formação em Porto Alegre, que terá foco na Política Nacional de Cultura Viva. O projeto concede bolsa e formação de cinco meses para jovens da periferia de Porto Alegre e região Matropolitana atuam no setor cultural.

O lançamento acontece nesta quinta-feira (19), às 20h, com transmissão será ao vivo pelos canais do YouTube TV Restinga e Fcebook Ponto de Cultura Africanidade. As inscrições abrem dia 22 de setembro e serão feitas através do link na bio do Instagram @afri.canidade

O evento de abertura contará com a presença do diretor do Ministério da Cultura João Pontes, do educador popular Leandro Anton e da coordenadora do Escritório Estadual do Ministério da Cultura, Mari Martinez. Além do coordenador de extensão do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), Jovani Zalamena, e do jovem bolsista Art.ad Vanum. A coordenação geral será de Zé Ventura e a apresentação será feita por André de Jesus, educador popular e gestor cultural, com tradução em Libras por Simone Dornelles.

"Trampando Cultura na Periferia" é fruto da iniciativa do Ponto de Cultura Africanidade que foi contemplado pelo edital FAC/Avançar Expressões Culturais da Secretaria de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul (SEDAC/RS), em 2022. A primeira edição aconteceu em março de 2023.

“Nosso objetivo foi alcançar jovens entre 16 e 30 anos da periferia, muitos dos quais já atuavam em manifestações culturais ou demonstravam interesse em ingressar no setor cultural. A ação parte do Ponto de Cultura porque a política pública norteadora é a Cultura Viva (Lei nº 13.018/2014, que Institui a Política Nacional de Cultura Viva (PNCV)”, explica André de Jesus.

No ano de 2022, por meio do edital FAC/Avançar Expressões Culturais da Secretaria de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul (SEDAC/RS), foram ofertadas 15 vagas. “Ao todo tivemos 48 inscritos, alguns de fora do estado. Desses 15 selecionados 14 se formaram com participação superior a 85% de presenças e 100% de avaliações positivas dos jovens que foram refletidas na nossa pesquisa final de avaliação do curso e autoavaliação”, complementa.

Para a atual edição, expõe André, serão aproximadamente cinco meses de aprendizado e trocas culturais intensas, com aulas presenciais e online, seminários e visitas guiadas a espaços culturais. “Tudo isso com transporte e lanches garantidos.”

De acordo com o educador, essa formação é uma oportunidade única para jovens negras e negros, LGBTQIA+, indígenas - moradores(as) da Restinga. Especialmente aqueles(as) que participam de programas de renda como o Bolsa Família. Os selecionados receberão uma bolsa de até R$ 700 para participar de todas as atividades. 

Pontos de Cultura 

“A prática dos Pontos de Cultura deve ser isso, ações de mobilização comunitária para fortalecer a cultura popular e garantir que os diversos saberes e expressões locais sejam reconhecidos e valorizados, ocupando seu espaço de direito na sociedade. Então esses jovens são DJs, slammers, artistas de rua, vivenciadores das manifestações tradicionais de matriz africana", pontua André. 

O "Trampando Cultura na Periferia", conclui o educador, se insere nessa lógica de resistência e valorização das culturas periféricas, oferecendo capacitação a jovens da Restinga com o apoio pedagógico de profissionais de referência em suas áreas, que vão impulsionar o debate sobre o acesso à cultura e desafiar o pensamento dominante sobre a centralização dos bens culturais. 


Edição: Marcelo Ferreira