Rio Grande do Sul

Inverno

Frio segue no Rio Grande do Sul durante a semana

Mais de 90 municípios registraram temperaturas abaixo de zero; ventos causaram elevação do Guaíba e ressaca no litoral

Brasil de Fato | Porto Alegre |
A previsão é que a primeira semana do mês, será de mais frio no sul do país, com noites de temperatura baixa - Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil

O frio chegou ao Rio Grande do Sul neste final semana. Mais de 90 cidades do estado, de acordo com a MetSul Meteorologia, registraram temperaturas negativas neste domingo. A menor observada foi em Pinheiro Machado, com -7,1ºC. E nos próximos dias a temperatura permacerá gélida.

O final de semana também foi de forte ressaca do mar no Litoral Norte. A MetSul explica que significativas incursões de ar polar normalmente são acompanhadas por forte agitação marítima e ressaca. Em Capão da Canoa, as ondas estouravam contra o muro do calçadão e a água alcançou a avenida Beira-Mar. Houve danos menores no calçadão do balneário.

Os ventos do quadrante sul também fizeram com que as águas do Guaíba fossem represadas, elevando o nível para próximo da cota de inundação em Porto Alegre. Bairros da Zona Sul como Guarujá e Lami, e as Ilhas, registraram alagamentos.

Junho com frio e chuvas

A previsão, segundo a MetSul, é que a primeira semana de julho seja de mais frio no sul do país. Serão noites de temperatura baixa e alguns dias de frio muito intenso e ampla formação de geada no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Já para a segunda metade do mês haverá alternância de dias de temperatura baixa e mais elevada com possibilidade de um centro de baixa pressão favorecer um evento de frio. “Não será, porém, uma segunda quinzena de julho muito fria na média. A maior alternância de ar quente e frio, aliás, agrava o risco de temporais”, aponta.

Em relação às chuvas, a expectativa é que seja um mês chuvoso, mas com precipitações menos intensas que as registradas em abril, maio e junho. “No geral, a chuva no estado em julho deve ficar perto ou abaixo da média na maior parte do território gaúcho com chance de desvios acima da média, se ocorrerem, apenas mais localizados”, expõe.

Nível do Guaíba 

De acordo com o último boletim do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), divulgado nesta segunda-feira (1º), os cenários de previsão indicam redução lenta dos níveis do Guaíba em patamares abaixo da cota de alerta para os próximos dias. 

Como não estão previstos eventos de precipitação significativos, a tendência geral é de redução dos níveis com ocorrência de oscilações em função dos ventos. Para a semana que vem, no pior cenário, o Guaíba pode sofrer com efeitos do vento sul e atingir valores ao redor da cota de alerta.


Previsões atualizadas de níveis d´água no Guaíba - segunda-feira 01/07/24 às 12h / Reprodução/IPH/Ufrgs

Segundo o relatório, o Guaíba apresentava níveis elevados às 11h desta segunda-feira (1º), em torno de 3,20 m na régua Usina do Gasômetro, cerca de 5 cm acima da cota de alerta e 40 cm abaixo da cota de inundação para este ponto. 

O pico registrado até o momento ocorreu no dia 5 de maio, em torno de 5,35 m, com segundo pico no dia 14 em torno de 5,20 m. Apresentou desde então redução lenta devido aos volumes escoados pelos rios afluentes e episódios de represamento pelo vento sul, chegando ao menor nível de 2,48 m no dia 14 de junho. 

“A principal preocupação do momento é se há possibilidade elevações adicionais dos níveis para acima das cotas de inundação e alerta (definidas como 3,60 m e 3,15 m pela SEMA para a régua Usina do Gasômetro), por novas afluências dos rios nos próximos dias devido às chuvas que estão ocorrendo e chuvas previstas, e por oscilações causadas pelo efeito dos ventos”, pontua. 

Ainda segundo o relatório, em geral os rios afluentes ao Guaíba apresentavam redução lenta dos níveis após as últimas elevações ocasionadas pelos eventos chuvosos da semana passada. O Taquari apresentou elevação na semana passada, mas já está em redução. Caí em redução. Sinos segue elevado em descida lenta. Jacuí segue elevado em redução lenta. Gravataí elevado em redução lenta. Não ocorreu precipitação com volume nos últimos dias.

As previsões meteorológicas mais atualizadas indicam poucas chuvas para as próximas semanas. Não há previsão de chuva com volume expressivo nos próximos 5 dias, nem nos próximos 10 dias. Previsões indicam ventos sobre o Guaíba e Laguna dos Patos na direção sul somente na metade da semana com intensidade leve a moderada.

O Instituto recomenda atenção especial a população afetada; ações para a limpeza das áreas afetadas e restabelecimento o quanto antes das estruturas de proteção em precaução a alagamentos e inundações futuras. Atenção especial para pessoas que sofrem com inundações abaixo da cota de alerta, como a região das ilhas de Porto Alegre.


 
 

 

 

Edição: Marcelo Ferreira