Rio Grande do Sul

EMERGÊNCIA CLIMÁTICA

Governo federal lança aplicativo para dar transparência aos recursos de reconstrução do RS

Ao apresentar ferramenta, Pimenta desmentiu prefeito Sebastião Melo, que disse não ter recebido recursos federais

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Ministro Paulo Pimenta explica acesso a programa que mstra recursos aplicados pelo Governo Federal no RS - Foto: Rafa Dotti

O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria Especial para a Reconstrução do Rio Grande do Sul, lançou, nesta segunda-feira(24), um aplicativo que permite identificar quanto de recursos, por localidade, estão sendo investidos pelo governo federal para a reconstrução do estado após a destruição causada pelas enchentes de maio. O anúncio ocorreu na Casa de Governo com a presença de lideranças comunitárias, políticas e jornalistas.

Durante a demonstração do programa, o ministro aproveitou para desmentir entrevista que o prefeito da capital gaúcha, Sebastião Melo, concedeu à revista Veja dizendo que o governo federal não enviou recursos para os abrigos. Ao abrir a localidade Porto Alegre no aplicativo, aparece que somente para Segurança alimentar e assistência social, incluindo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), cestas e parcela extra Sistema Único de Assistência Social (Suas), foi enviado mais de R$ 3,7 milhões. Em seguida, o ministro explicou ponto a ponto como funcionava a ferramenta.

Além de superintendentes regionais dos ministérios e setores do governo federal, participaram da reunião deputados estaduais e federais da base aliada, entre eles: os deputados federais Reginete Bispo (PT), Daiana Santos (PCdoB), Elvino Bohn Gass (PT) e Pepe Vargas (PT).

"Mentira"

Ainda pela manhã, o Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social e Combate à Fome (MDS) lançou uma nota, em referência à reportagem da revista Veja, em que afirma: “É mentira que o Governo Federal não dedicou recursos para os abrigos em Porto Alegre. A verdade é que o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) destinou R$ 3,11 milhões em recursos para a prefeitura da capital gaúcha atender às demandas básicas da população por alimentação, abrigo e serviços de acompanhamento social”. 

Ainda conforme a nota, na capital gaúcha, cerca de 25 mil moradores já foram atendidos com os repasses. O texto aponta que, até, sexta-feira (20), o MDS disponibilizou mais de R$ 28,8 milhões para 97 municípios gaúchos que solicitaram o recurso para estruturar e manter alojamentos provisórios. Até a referida data, foram 154.573 mil pessoas acolhidas nesses locais, desde o início das chuvas intensas no estado.

A resposta do governo ainda esclarece que o objetivo do MDS é fortalecer a capacidade de gestão dos municípios para que eles consigam atender às demandas básicas da população por alimentação, abrigo e serviços de acompanhamento social. Materiais de limpeza e higiene, cobertores, colchões, dentre outros itens, podem ser adquiridos com os recursos disponibilizados via fundo municipal e que são liberados em cerca de 72 horas após o requerimento feito junto ao ministério.

"As ações em parceria com o estado e os municípios já reduziram de 80% para 20%, aproximadamente, o número de pessoas alojadas em relação ao momento mais crítico do desastre no Rio Grande do Sul. O MDS repassa um valor destinado ao município, que leva em conta a quantidade de pessoas desabrigadas", diz a nota. 

O posicionamento segue mostrando que outros R$ 141 milhões em recursos remanescentes para ações de assistência social no estado foram liberados pelo MDS. A medida flexibilizou o uso de saldos existentes em contas correntes dos Blocos de Proteção Social Básica e Especial, Piso Variávpel de Alta Complexidade (PVAC) e recursos remanescentes do enfrentamento da pandemia de covid-19.

Além disso, segundo o governo, a decisão abrange saldos de programações do Sistema de Gestão de Transferência Voluntária (SIGTV) e de emendas parlamentares destinadas a custeio e manutenção de unidades de serviços socioassistenciais. "Dessa forma, esses recursos podem ser utilizados para ações emergenciais, reforçando a resposta do governo à crise humanitária no estado."

Alimentos

Ainda de acordo com o ministério, foram adquiridas mais de 97 mil cestas de alimentos, somando mais de 2 mil toneladas de alimentos. Dentre elas, 52 mil cestas (1.100 toneladas de alimentos) adquiridas diretamente pelo MDS e 45 mil cestas (967,5 toneladas de alimentos) a partir de crédito extraordinário descentralizado pelo MDS para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Outras 42 mil cestas de alimentos (903 toneladas) foram adquiridas pelo MDS, e começaram a ser entregues na Unidade Armazenadora da Conab no dia 17 de junho.

Edição: Marcelo Ferreira