Rio Grande do Sul

Reconhecimento

Orquestra Villa-Lobos vira patrimônio cultural imaterial de Porto Alegre

Na última quarta feira (19) foi aprovado por unanimidade o projeto de autoria do vereador Aldacir Oliboni (PT)

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Orquestra formada por jovens da periferia de Porto Alegre foi criada há mais de 30 anos - Foto: Arquivo Pessoal

Criada na Escola Heitor Villa-Lobos, localizada na Vila Mapa, Lomba do Pinheiro, zona leste da capital gaúcha, a Orquestra Villa-Lobos tornou-se, nesta quarta-feira (19), patrimônio cultural imaterial de Porto Alegre. O projeto de autoria do vereador Aldacir Oliboni (PT) foi aprovado por unanimidade na Câmara Municipal. 

O vereador destaca que a Orquestra Villa-Lobos é um programa de educação musical desenvolvido há 30 anos e visa proporcionar a crianças e jovens da periferia de Porto Alegre o acesso ao conhecimento musical e a vivências artísticas coletivas, socializadoras e transformadoras.

"Em parceria com o Centro de Promoção da Criança e do Adolescente São Francisco de Assis (CPCA), o programa garante mais de 300 atendimentos gratuitos por semana, em seis locais da comunidade, contando com variadas oficinas de música, desde a musicalização infantil até a formação de músicos e educadores musicais. O grupo artístico principal é composto por 30 integrantes", justifica Oliboni.

“Recebemos esse título com um misto de muita felicidade e orgulho, mas também de muita responsabilidade", afirma a criadora da orquestra, professora e regente Cecília Rheingantz Silveira. Ela destaca que a iniciativa é um agente transformador, "e esta transformação não é individual, mas coletiva".


"A orquestra é um agente transformador", afirma a regente Cecília Silveira / Foto: Carlos Messalla

"Muitos destes jovens são invisíveis para a sociedade, e nós através da arte conseguimos mudar está ótica. Muitos deles não têm a estrutura familiar adequada, mas aqui vislumbramos outros horizontes e assim potencializamos uma comunidade periférica. Aqui os invisíveis se tornam visíveis, se tornam artistas que estão conduzindo seu futuro”, enfatiza a professora. 

Ela comenta que foram 32 anos percorridos desde a primeira turma de flauta doce com 14 alunos na escola homônima até esse momento. “Foi uma proposta dos próprios alunos em se aprofundar na música, eles pediram e nos organizamos no turno inverso e o projeto foi crescendo”, relembra, pontuando que a primeira aula aconteceu no dia 15 de abril de 1992.

 
Conforme expõe Oliboni, a orquestra atua em seis locais da comunidade e tem reconhecimento internacional. “Suas oficinas vão desde a musicalização infantil até a formação de músicos e educadores musicais, a Orquestra Villa-Lobos já ultrapassou a marca de 1,3 mil concertos pelo Brasil e em países da América do Sul, para público superior a 350 mil pessoas. Neste sentido, transformá-la em patrimônio imaterial de Porto Alegre é valorizar sua trajetória e fazer desta um símbolo de educação e cultura permanente em nossa cidade", afirma. 

A orquestra participará, nesta sexta-feira (21), do lançamento do Coletivo RS Música Urgente. O coletivo fará um encontro presencial em vários espaços do Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/n) com mais de 100 profissionais da cadeia produtiva da música, reunindo técnicos, compositores, músicos, cantores e produtores. Todas as atividades são gratuitas e o público poderá fazer contribuições para o coletivo através do Pix [email protected], em nome de Caminha Produções Ltda.  

Um pouco da história 

A Orquestra Villa Lobos através de trabalhos, premiações e destaques , possui dois CDs gravados, um livro e dois DVDs. Tornou-se referência e recebeu menções importantes como o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues, o troféu de Defesa de Direitos Humanos no Rio Grande do Sul pela Unesco e Assembleia Legislativa, dois prêmios Líderes & Vencedores como Destaque Comunitário e Referência Educacional concedidos pela Federasul, o Prêmio Cultura Viva do Ministério da Cultura e dois Prêmios Itaú Unicef como iniciativa reconhecida pelo seu caráter inovador e impactante na vida da comunidade, entre tantos outros.


Edição: Marcelo Ferreira