Rio Grande do Sul

CHEIAS

Crescem adoções e abrigos de pets começam a esvaziar em Porto Alegre

Animais resgatados por causa das chuvas estão ganhando apoio da população e recebem novos ‘lares’

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Conforme informações do Estado, mais de 10 mil animais foram resgatados nas áreas de riscos afetadas pelas enchentes no RS - Foto: Scom São Leopoldo

Os abrigos para cães e gatos espalhados pela cidade nunca receberam tantas doações de rações, das mais baratas às mais sofisticadas e caras, roupinhas, material de higiene, coleiras e enormes equipes de voluntários. Sempre tem alguém nestes locais 24 horas por dia. Eles nunca ficam desamparados. E estão recebendo uma atenção especial de ONGs, órgãos municipais, empresas e organizações filantrópicas.

É impressionante, segundo relata Tita Selhane, voluntária no IPA. Ela conta que o número de animais resgatados e prontos para adoção está diminuindo dia a dia. Ali, o abrigo fecha dia 30 de junho por decisão da construtora que cedeu um local para animais e o ginásio para desabrigados humanos.

Conforme informações do Estado, mais de 10 mil animais foram resgatados nas áreas de riscos afetadas pelas enchentes no RS. Em Porto Alegre, foram perto de 5 mil. Os pets foram encaminhados para abrigos improvisados. A AbigeApp Pets registra os animais resgatados e divulga o local onde estão abrigados. Em seu perfil no Instagram, também há informações oficiais de municípios de diferentes partes do RS sobre ações de arrecadação de donativos destinadas aos pets.

Em quase todos os locais são realizadas feiras de adoções ou devoluções para os seus donos – ou tutores, como dizem que é politicamente correto hoje em dia. Quando foram recolhidos, os animais passaram por rigorosa triagem para averiguação do doenças, foram cadastrados, microchipados e receberam tratamentos antipulgas e vermífugos.

Segundo conta Tita Selhane, o número de bichinhos está reduzindo dia a dia com as adoções. “Muita gente vem, olha, acaba se apaixonando e leva. Mas muitos só olham e partem para outro abrigo. Hoje, estamos com mais de 20 cães e gatos”, diz. Um grande exemplo nesta área de adoções foi dado pela empresária e presidente do Palmeiras, Leila Pinheiro, o grande clube de futebol de São Paulo. Ela levou cem cães para suas propriedades ou para adoções por outras pessoas. Empresários de Brasília e Goiás também levaram um total de 50 cães para adoção.


No dia 14, começou o programa de castrações e controle populacional dos animais vitimados pelas cheias, abrangendo toda a região Metropolitana / Foto: Rochelle Zandavall/Ufrgs

Um trabalho de destaque na área dos pets está sendo realizado pela Ufrgs. No dia 14, começou o programa de castrações e controle populacional dos animais vitimados pelas cheias, abrangendo toda a região Metropolitana. As cirurgias estão sendo feitas no Hospital de Clínicas Veterinárias (HCV) desde a tarde de sexta-feira, 14 de junho. A universidade é uma das instituições integrantes do plano de apoio à causa animal lançado pelo governo do estado.

Conforme a assessoria de comunicação da Ufrgs, estes animais são, na verdade, a população errante (de rua) das cidades somada aos animais de tutores desabrigados que não os encontraram ou mesmo tiveram de abandonar seus pets. A castração cirúrgica visa efetivar um controle populacional de animais de companhia, sendo esse o método mais seguro, eficaz e permanente. Ao lado disso, o viés de bem-estar animal é considerado como ponto de vista importante para uma questão de política em saúde pública.

Além da castração, esses animais são chipados como forma de implantar um método de identificação permanente, de baixo custo, que poderá fornecer dados sobre o bicho em plataformas digitais e permitir consultas instantâneas, tanto sobre tutor (se conhecido), quanto do animal: suas condições de saúde, se é castrado ou não.

Em termos de recursos, os governos federal, estadual e municipal estão destinando verbas para que os locais de abrigos sejam mantidos em boas condições. O Fundo Municipal dos Direitos Animais (FMDA) já disponibilizou R$ 70 mil, somados aos R$ 180 mil repassados pelo governo federal, viabilizando ações imediatas de socorro. Também já foram repassados R$ 991,8 mil pelo Ministério Público, por meio do Fundo de Recuperação de Bens Lesados, valor destinado à compra de testes, vacinas, medicamentos, insumos e equipamentos veterinários. A prefeitura também liberou R$ 1,9 milhão em orçamento para ser utilizado até o final de 2024, com R$ 370 mil já destinados ao pagamento de veterinários e albergagem dos animais.

Entre as ações, destaca-se, ainda, o edital para a contratação de até 60 veterinários, já em atividade, e a convocação de 25 profissionais do quadro da prefeitura, realocados para o atendimento emergencial. Suplementarmente, está em fase de elaboração a contratação de 100 jovens protetores, inspirado no programa Jovem Aprendiz, para reforçar o cuidado com os animais.


Divulgação

Locais para adoção e abrigos de Pets:

- Hospital de campanha na Orla do Gasômetro.

- Unidade de Saúde Animal Victoria (Usav), na Estrada Berico José Bernardes, 3489, na Lomba do Pinheiro.

 - Shopping Iguatemi, João Wallig, 1800, no bairro Passo d’Areia.

- Centro Humanístico Vida, Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, 2132.

- AABB, Coronel Marcos, 1000, bairro Pedra Redonda.

- Abrigo Patinhas Protásio, João Bastian, 277, no bairro Três Figueiras.

- Abanerj, Sargento Manoel Raymundo Soares, 753.

- 35 CTG, Ipiranga, 3500.

- Procura-se um Amigo, Professor Cristiano Fischer, 420.

- Esefid (UFRGS), Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança, Felizardo, 750 - Jardim Botânico.

- SESC, contatos pelo telefone (51) 99214-6024.

- IPA, Joaquim Pedro Salgado, 80.


Edição: Katia Marko