Na noite desta quarta-feira (26), foi realizada uma confraternização em memória dos 70 anos da Rebeldia Cubana. A atividade foi promovida pela Associação Cultural José Martí do Rio Grande do Sul, no Armazém do Campo de Porto Alegre. Estiveram presentes como convidados especiais o ativista Thiago Ávila, integrante do Movimento Brasileiro de Solidariedade com Cuba e do Bem Viver, e o cantautor Ciro Ferreira.
Considerado um marco inicial da Revolução Cubana, o dia 26 de julho é uma data histórica que rememora o Assalto ao quartel de Moncada. A ação foi realizada em 1953 por um grupo de 165 rebeldes cubanos, em Santiago de Cuba, que tinham por objetivo roubar armas e distribuí-las à população como forma de resistência ao governo ditatorial de Fulgêncio Batista.
Batista havia dado um golpe de Estado um ano antes. Inconformado com o cenário de repressão, torturas e agravamento das desigualdades que se sucederam, Fidel Castro, naquela época um jovem de 27 anos, percebeu que a única possibilidade para enfrentar a ditadura seria a luta armada. Foi então que, ao lado de outros guerrilheiros, Fidel decidiu organizar o ataque contra Batista.
:: O 26 de Julho e o Quartel Moncada: uma derrota que se tornou uma vitória em Cuba ::
Em relato registrado em “A História me Absolverá”, Fidel afirma que teve como inspiração José Martí devido às suas ideias libertárias em prol da independência de Cuba. “Como Martí dizia, pátria é humanidade, não existe fronteira entre povos, por isso que nós celebramos com tanto amor esse dia 26 de julho. Por isso, nós reverenciamos toda a memória do Fidel Castro e todo o povo cubano que ainda é um povo rebelde e que se rebela contra todas as injustiças”, explica o presidente da Associação Cultural José Martí do Rio Grande do Sul, Ricardo Haesbaert. Neste ano, a ACJM RS completa 39 anos dedicados a manter viva a memória de Martí, lembrado como o “Herói da independência cubana”.
Em memória à Rebeldia Cubana
O assalto ao quartel foi frustrado pelas tropas de Batista. No confronto, oito rebeldes morreram. Outros foram presos, torturados e pelo menos 70 tiveram sua morte forjada como “queda em combate”. Apesar da derrota, o evento se tornou um símbolo na história das lutas sociais e revolucionárias do século XX.
“Fidel e várias outras pessoas foram exilados para o México e voltaram a Cuba para fazer uma revolução. Uma revolução que até hoje sobrevive apesar do bloqueio do mais cruel, mais perigoso e mais destrutivo império que a humanidade já inventou, que é o imperialismo estadunidense. E Cuba está aí mostrando que é possível fazer uma revolução com seus erros e acertos”, comenta Thiago Ávila, integrante do Movimento Brasileiro de Solidariedade com Cuba e do Bem Viver.
Após o assalto, Fidel ficou um período preso e depois seguiu exílio no México. Foi a partir do exílio que Fidel começou a recrutar apoio. Nesse meio tempo, conheceu o médico argentino Ernesto “Che” Guevara. Os dois iniciaram um processo de organização para retornar a Cuba e, por volta de 1957, começaram a expedição ao lado de camponeses para a tomada do poder.
O 26 de julho evoca o espírito revolucionário do povo cubano. Nas palavras de Ávila, em Cuba “impera a busca pelo bem comum, a cooperação e um desejo inigualável na história da humanidade de construir uma nova sociedade que se paute nos valores socialistas e comunistas”.
Confira a transmissão do evento
Edição: Katia Marko